sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

A Traição das Imagens


Sim. Acredito e sei que não consigo escrever com a virtude de certas gentes. Talvez diga isto por existir um certo descontentamento em relação a tal gente, particular. Enganosamente, malevolência. Vejo as virtudes e com aversão as desprezo.
Acima de tudo escrevo para mim. Leio as imensas entrelinhas que escrevo numa frase. Talvez seja esse o meu principal objectivo.
Com o tempo estas entrelinhas, em que neste momento penso, perdem valor. Ganham forma.
Tudo isto porque, hoje de manhã, durante o galão pensava. Um misto de reflexões baralhava o espírito e afogava-me em feroz adversidade. Partilhamos amigos e conhecidos, momentos e vivências! (Temos um passado em comum.) Partilharemos mais ainda! A minha “influência” (palavra fria para descrever certo domínio) sobre tal ser é vastíssima e com mais ou menos subtileza conseguirei o que pretendo. Ou o que poderei vir a pretender. Talvez “intervenção” seja uma palavra mais agradável. Depressa se eleva a arrogância. Irritação e cólera. Sentimentos que tento rejeitar. Mas rapidamente formam um lago, oprimido em escuridão, que me amedronta e apoquenta o ânimo. O pavor e o medo, de tal lago, não são suficientes para de lá tirar o pensamento.
Com isto pretendo dizer, que a minha aprovação poderá ser fundamental. Como tal, não seria bom ter-me como oponente (em termos ideológicos). Enganar-me poderá ser uma solução, contudo melhor será sorrir por fora e conjecturar desumanidades interiormente.
Não sei como interpretar o quanto imprescindível sou (ou penso ser) para tal pessoa. Espero um retoque de aperfeiçoamento e progresso, não por mim, não por tal ente, talvez pelo desejo que reside, em quem causou todo este alegre apoquento, de conseguir o que ambiciona.

Faz-me companhia o chá, há falta de café. Hoje não, mas para a semana talvez inove. Variar, diversificar e alternar. Deixar a beira-ria e aventurar-me entre ruas e vielas. Passar por baixo de pontes em forma de arcos vividos.



Texto desprovido de sentido, mas é nas entrelinhas que ele se encontra.